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ANEMIA ANTES DA CIRURGIA: O QUE FAZER?

ANEMIA ANTES DA CIRURGIA: O QUE FAZER?

CONCEITO E DIAGNÓSTICO

Muitas pessoas descobrem a anemia antes de algum procedimento cirúrgico, e daí se questionam: E agora, o que fazer? 

Sendo assim, nesse artigo apresentaremos de forma didática o que pode ser feito.

A anemia é uma diminuição na massa eritrocitária que leva a uma redução na oferta de oxigênio aos tecidos, ou seja, uma hemoglobina menor que 12 g/dl para Mulheres e menor que 13 g/dl para homens é considerado anemia.

O diagnóstico hematológico é habitualmente descoberto nos exames de rotina, antes de algum procedimento cirúrgico. Portanto, seguem as principais causas:

Anemia por deficiência de ferro: Principal causa e está relacionada a perda de sangue cronicamente, ingestão/absorção deficiente de ferro pelo intestino ou induzida por doença crônica;

Falta de vitaminas: Folato e Vit. B12;

Problema renal;

Doença Crônica: Oncológico, Infecções (Tuberculose, HIV); 

Sangramento Agudo (Trauma);

Alterações na hemoglobina (hemoglobinopatias).

 

ANEMIA ANTES DA CIRURGIA 

A literatura médica coloca a anemia como um fator de risco independente para complicações, ou seja, maior morbidade e mortalidade em alguns tipos de cirurgia, tais como:

– Cirurgia cardíaca, ortopédicas de grande porte, torácicas, dentre outras.

Associa-se a maior risco de problema renal após a cirurgia e, portanto, necessidade de terapia de substituição renal (hemodiálise).

Cada diminuição de 1 g/dl no Hb, aumenta probabilidade de infarto do coração, infecção generalizada, derrame (acidente vascular cerebral) e morte.

Pode-se citar outras complicações, por exemplo:

– Transfusões durante a cirurgia; reabordagem, aumento do tempo de internação hospitalar e internação em terapia intensiva e maior custo.

 

AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA

– Quando rastrear: Pelo menos, 1 mês antes da cirurgia. 

– Quem rastrear: Protocolo institucional. 

– Paciente anêmico identificado: O que fazer?

No paciente em investigação da anemia ferropriva, deve-se dosar a ferritina, transferrina e ferro sérico. Para o tratamento, se utiliza a reposição oral ou venosa, associado a melhora na dieta.

Naqueles com suspeita de deficiência de vitaminas, causando a chamada anemia megaloblástica, deve-se avaliar a vitamina B12 e o ácido fólico, ou seja, repor conforme carência identificada.

Quando o paciente é portador de doença no rim, deve fazer o acompanhamento com o nefrologista e avaliar exames como a ureia, creatinina e a taxa de filtração glomerular. Nesses casos, se utiliza da eritropoetina para reposição.

Sugere-se que o médico e o paciente entrem em acordo, quanto ao melhor momento de fazer a cirurgia, associado ao início de um tratamento para correção da anemia, e assim, portanto, evitar muitas complicações, conforme discutido.

 

Esse texto objetiva informar as pessoas de forma didática e popular acerca da anestesia e da cirurgia

Escrito por: Dr. Lyezide Monteiro (médico anestesiologista).

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