PROBLEMAS NA VESÍCULA BILIAR? O QUE FAZER?
CONCEITOS
A vesícula biliar é um órgão pequeno, em forma de pera, que possui em média de 7-10 cm de comprimento e se encontra na porção superior direito do abdômen, logo abaixo do fígado.
Tem a função de armazenar a bile, isto é, um líquido amarelo-esverdeado que é produzido pelo fígado e ajuda na digestão quando consumimos alimentos, especialmente os gordurosos.
Os problemas na vesícula podem ser de diversos tipos, dentre eles:
– Cálculos (pedras): É o distúrbio mais comum do sistema biliar e consiste na formação de cálculo na vesícula. termo científico utilizado para esses casos é a colelitíase.
– Inflamação ou colecistite, que pode estar associado aos cálculos (colecistite calculosa), ou apenas a inflamação (acalculosa).
E É PRECISO FAZER CIRURGIA?
Sim, o tratamento cirúrgico tem por objetivo retirar a vesícula biliar doente, e assim promover o alívio dos sintomas.
A cirurgia recebe o nome de colecistectomia, que pode ser aberta (corte na barriga) ou por vídeo (abordagem laparoscopia através de pequenos cortes).
A RETIRADA DA VESÍCULA PODE TRAZER CONSEQUÊNCIAS?
A colecistectomia não traz consequências relevantes para o paciente ou influência na capacidade de digestão, embora seja um órgão importante.
E QUANTO AO JEJUM?
É preciso estar de estômago vazio para minimizar os riscos de complicações, por exemplo, a broncoaspiração (secreção do estômago para dentro do pulmão).
– Tempo de jejum para alimentação completa (carnes, arroz, derivados de leite) deve ser de oito horas; Refeição leve (torrada; biscoito água e sal) maior que seis horas; Líquidos claros (água, café preto, chá) até 200ml, acima de duas horas.
PASSO A PASSO NA SALA CIRÚRGICA
– Protocolo de cirurgia segura: informações do nome da paciente, problemas de saúde, alergias, jejum e apresentação da equipe hospitalar ao paciente;
– Instala-se a monitorização da pressão arterial, frequência cardíaca e oximetria de pulso;
– Punciona-se uma veia periférica, antibiótico e medicamentos para prevenção de dor ou náusea e vômito;
– Realiza-se a anestesia, que poderá ser geral (realizada na maioria dos casos da cirurgia por vídeo) ou na “coluna” (raquianestesia ou peridural – estas utilizadas em cirurgia aberta).
E A RECUPERAÇÃO APÓS A CIRURGIA?
• A colecistectomia por vídeo tem evolução mais rápida e com alta precoce; mas a cirurgia aberta necessita de um tempo maior de internação e recuperação;
• A dor no pós-operatório é discreta, graças às diversas medicações analgésicas disponíveis e a sua utilização de forma multimodal, ou seja, com mecanismo de ação diversos:
– Analgésicos simples (dipirona ou paracetamol), anti-inflamatórios (cetoprofeno ou parecoxibe) e os opióides (tramadol ou morfina), entre outros.
QUAIS CUIDADOS APÓS A ALTA HOSPITALAR?
É importante seguir todas as orientações médicas, incluindo o uso das medicações para prevenção e/ou tratamento da dor e vômitos que podem ocorrer.
Manter repouso, ingerir alimentos mais leves nos primeiros dias após a cirurgia e ingerir bastante água.
Cuidado especial com a ferida operatória e os sinais de infecção, tais como:
– vermelhidão, calor aos redor da ferida, febre, dor intensa, inchaço, presença de secreção ou cheiro ruim.
Vigilância quanto aos sinais de obstrução, por exemplo:
– coloração das fezes (esbranquiçadas) ou ausência de dejeções ou flatos, urina escura (cor de coca-cola) e pele amarelada.
Esse texto objetiva informar as pessoas de forma didática e popular acerca da anestesia e da cirurgia
Escrito por: Dr. Lyezide Monteiro (médico anestesiologista).
1 comentário